A desvalorização do real e o consequente aumento nas cotações do dólar, do euro e de outras moedas internacionais é um fenômeno que, segundo os economistas, veio para ficar. Mas, apesar da pandemia e dos tempos difíceis na economia e na política, devem aparecer nos próximos meses boas oportunidades de viajar para o exterior, especialmente com a expetativa de reabertura dos Estados Unidos, Europa, Chile e outros países até o fim de 2021. Dependendo do destino escolhido e do planejamento da viagem, é possível viajar pelo mundo gastando menos do que dentro do Brasil.
No entanto, a alta das moedas estrangeiras exige atenção e planejamento dos viajantes. É possível economizar, independentemente do seu estilo ou padrão de vida. Por isso, reunimos 12 dicas que certamente vão te ajudar a viajar mais tranquilo e com o orçamento mais leve, e até encorajar aqueles mais reticentes a programar uma viagem internacional. Confira!
1. Dê preferência a países com menor custo de vida
A escolha do destino pode ajudar você a economizar muito. Da mesma maneira que ocorre nas cidades brasileiras, o custo de vida no exterior varia muito entre os países. Na América do Sul, por exemplo, Colômbia e Peru apresentam um baixo custo de vida. Mas isso não significa que você não conseguirá encontrar preços aceitáveis na Argentina e no Chile, por exemplo. No Caribe, Aruba e a República Dominicana, por exemplo, são boas pedidas.
Na Europa, para economizar, dê preferência a países como Croácia, Espanha, Portugal, República Tcheca e países do Leste Europeu. A Turquia também é uma excelente escolha. Seja em Istambul ou na Capadócia, o destino surpreende em todos os sentidos.
Nos Estados Unidos, em Las Vegas é possível encontrar estadias com preços mais acessíveis e muita oportunidade de diversão, se você souber se controlar e não torrar todos os seus dólares dos cassinos. Em Miami, ou na vizinha Fort Lauderdale, bem como em Orlando, também é possível encontrar opções que cabem no bolso, dependendo da localização.
O México merece atenção. Tirando Cancún, inflacionada pelo mar de turistas que recebe todos os anos, há atrações genuínas com preços mais justos na capital, Cidade do México, que possui ótimos museus e as ruínas astecas e maias, bem como em destinos como Cozumel, Puerto Vallarta e Riviera Nayarit, onde há excelentes resorts. Sendo assim, o Méximo é uma ótima pedida.
E por fim, o Sudeste Asiático oferece opções encantadoras e baratas, como a Tailândia. E o destino fica perto de outros países como Camboja, Vietnã, Mianmar, Indonésia e Filipinas, igualmente bonitos e econômicos.
2. Evite a alta temporada
No Brasil, a grande maioria das famílias deixa para viajar no período das férias escolares, em dezembro, janeiro ou julho. Ou escolhem períodos de alta temporada nas cidades visitadas. Com isso, acabam pagando caro nos preços das passagens aéreas, hotéis e passeios, já que tudo fica inflacionado. Fugindo desses períodos é possível economizar até 60%, sem contar o menor tempo despendido nas filas das atrações e pontos turísticos, por exemplo.
Quem tem filhos em idade escolar, por exemplo, pode deixar para viajar no Carnaval (baixa temporada na maioria dos países e altíssima temporada dentro do Brasil), na “semana do saco cheio” (quando as escolas suspendem as aulas) ou ainda na primeira semana de aula, quando geralmente as escolas fazem apenas uma revisão do conteúdo já dado aos alunos. Outra opção é negociar antecipadamente férias ou folgas para semanas de feriados prolongados, por exemplo.
3. Economize na passagem aérea
A passagem aérea vai representar uma parte significativa dos custos de sua viagem. Portanto, é onde você precisa investir mais tempo e planejamento. Negocie previamente com a família as datas possíveis para viagem. Se possível, tenha uma agenda flexível. Comece a pesquisar os preços e roteiros com bastante antecedência. Assim você saberá quando encontrou o melhor preço.
Por fim, abra a mente para novos destinos. Eu fiz algumas viagens para destinos que inicialmente não planejei, mas que estavam com preços excelentes, e a experiência foi excelente.
4. Reduza os deslocamentos
Se não quiser reduzir o número de cidades a serem visitadas, ao menos otimize o seu roteiro de viagem. Duas técnicas muito úteis podem ajudá-lo a economizar: o Stopover, quando você aproveita uma conexão para pernoitar uma ou mais noites no destino, sem precisar de uma nova passagem.
Descolamentos pela manhã ou no final do dia permitem aproveitar o destino escolhido. Considere voar nas empresas aéreas de baixo custo, as chamadas low cost, especialmente na Europa, Ásia, México e Estados Unidos, que oferecem um bom serviço a preços muito mais em conta. Cuidado apenas com as taxas adicionais comumente cobradas, para despachar bagagens ou reservar assentos, por exemplo. Sendo assim, tente levar pouca bagagem para consequentemente economizar.
Na Europa, o trem é um bom meio de transporte para deslocamentos de curta e média duração, com a vantagem de embarcar e desembarcar na área central das cidades. Se for realizar muitas viagens, adquira os passes válidos por períodos determinados. No caso de deslocamentos mais curtos, a bicicleta pode ser uma opção saudável e divertida, especialmente nas cidades com ciclovias.
5. Economize na hospedagem
Se você não abre mão de ficar em hotel, a primeira recomendação é abrir de marcas e redes conhecidas e pesquisar todas as disponibilidades, considerando os atributos que sejam importantes para você, como localização, infraestrutura, nível de serviço e preço.
Vale a pena investir um tempo pesquisando as opções de estadia, pois é outro item de grande custo em uma viagem. Hotéis bem localizados ajudam a economizar em deslocamento. Reservas com cancelamento grátis podem ser úteis em caso de imprevistos, especialmente durante a pandemia, ou se aparecer alguma promoção com preços melhores, por exemplo.
6. Atenção na hora de comprar moeda estrangeira
Levar dinheiro em espécie é a opção que paga menos imposto. Pesquise as melhores opções de câmbio na hora de comprar a moeda e em hipótese alguma compre das mãos de cambistas. Inúmeros viajantes caem em golpes e descobrem que compraram moeda falsa da pior maneira possível, fora do País. Bancos comerciais costumam oferecer cotações interessantes para correntistas, mas é importante pesquisar.
A melhor alternativa para quem tem viagem planejada para 2021 ou 2022 e quer fugir do risco de um aumento ainda maior do dólar e do euro é utilizar uma conta digital internacional gratuita, como a da Nomad ou da BS2. Não há taxa de abertura ou manutenção de conta e você não precisa sair do Brasil, já que o processo é todo digital. Já os cartões pré-pagos (Travel Money) perderam quase toda vantagem após o aumento da alíquota de imposto, que passou a ser a mesma dos cartões de crédito, no entanto evitam o risco da variação cambial.
Os cartões de crédito devem ser usados com cuidado, pois trazem o risco da variação cambial, já que é cobrada a cotação do dólar do dia do pagamento da fatura, além do IOF de 6,38%. O acúmulo de milhas e alguns benefícios de viagem podem compensar em parte esse custo. Mas vale lembrar que cada banco cobra um dólar diferente na fatura. A diferença pode chegar a 7%, dependendo do seu cartão, então fique atento!
7. Planeje o que vai fazer cada cidade, com antecedência
Monte o roteiro de seus passeios olhando num mapa as distâncias entre eles e os melhores horários para aproveitar cada atração. Deixe um tempo livre para você aproveitar algo que não tenha sido planejado. Lembre-se que vários museus oferecem gratuidades em determinados dias da semana e que é possível comprar ingressos com desconto para teatros, shows e atrações turísticas. Por isso, acompanhe a agenda dos museus e se jogue!
8. Utilize o transporte público ou por aplicativo
Os deslocamentos terrestres podem somar custos significativos em sua viagem. Privilegie o transporte público, ou considere alugar um carro com baixo consumo de combustível. Na Europa, em quase todos os países o trem e o metrô te levam aos principais lugares de interesse turístico, com segurança e agilidade. O Google Maps pode ser um aliado para achar a melhor alternativa de transporte público. Passes diários ou semanais (alguns exclusivos para turistas) podem trazer grande economia nesse serviço, sendo assim, vale pesquisar.
Nos Estados Unidos, onde o transporte público é menos eficiente do que na Europa, algumas cidades como Nova York e Los Angeles permitem a utilização do metrô para deslocamento. Já em cidades como Miami ou Orlando, alugar um carro provavelmente será a opção mais econômica. Pesquisar e reservar com antecedência ajuda a economizar. Viajantes solitários ou aqueles que não têm coragem para dirigir em outro país, podem utilizar o serviço de Shuttle (vans fretadas), mais econômico do que o táxi. Uber sempre será mais barato do que o táxi, por exemplo.
9. Inove na alimentação
A primeira recomendação é não consumir os itens do frigobar se estiver hospedado em hotel, pois são itens muito caros. Abasteça a geladeira com água e outros itens comprados no comércio local. Utilize sites e aplicativos especializados, como o Yelp, para escolher onde fazer suas refeições. Você vai descobrir restaurantes surpreendentes, com preços muito competitivos, considerando a avaliação de outros turistas e dos moradores da região. Além disso, alguns restaurantes, principalmente na Europa, possuem um menu do dia com entrada, prato principal e bebida ou sobremesa por preços muito em conta.
Considere também fazer pelo menos uma refeição no quarto do hotel, com saladas ou produtos adquiridos em supermercados. Ou um piquenique. Se estiver cansado, peça comida pela internet. Aplicativos e sites como o GrubHub (EUA), indicam os restaurantes que entregam comida no local onde você estiver, oferecem desconto, e ainda mostram dicas e avaliações dos usuários. Por isso, abuse deles.
10. Use a tecnologia e a inteligência para se comunicar
É comum a conta de telefone trazer surpresas após viagens internacionais. Por isso, antes de embarcar, desabilite os dados de seu celular, ou providencie um plano de roaming internacional. Comprar um chip no destino para o uso de dados durante a viagem também pode render uma boa economia. Para se comunicar, utilize aplicativos como Skype e WhatsApp. Outra opção é utilizar o Skype para fazer ligações para telefones fixos e móveis no Brasil, tudo isso com um custo bem menor do que uma ligação local.
11. Utilize os seguros do seu cartão de crédito
Muitos cartões de crédito internacionais das bandeiras Amex, Diners, Visa e Mastercard oferecem algum tipo de seguro para viagens, aluguel de carros e extravio de bagagens, que geralmente são acionados quando a passagem de avião ou as diárias são pagas com ele, ou até mesmo em passagens resgatadas com milhas.
Alguns cartões permitem emitir o Certificado de Schengen (necessário para viagens pelo Europa, mas útil para qualquer viagem) pela internet. Se tiver mais de um cartão, verifique qual deles oferece a melhor cobertura e aproveite essa facilidade para economizar, sem abrir mão da segurança. Avalie as condições específicas de cada seguro antes de viajar, pois algumas coberturas podem ser parciais. Por fim, se necessário alguma cobertura adicional, contrate apenas o que faltar.
12. Compre com moderação
Somos apaixonados por compras, não tem jeito… A dica é tentar ser bem seletivo, em função da volatilidade da economia brasileira, e ter em mente que você vai viajar novamente em algum momento da sua vida. Antes de embarcar, pesquise os preços dos itens desejados no Brasil. Pode ser que a diferença de preço não compense mais a compra no exterior, em função do câmbio atual. Confira também em seu guarda-roupas tudo o que você tem, especialmente aquilo que comprou em alguma viagem anterior e não usou. Sendo assim, vai ajudar a segurar a onda!
Para quem vai para os Estados Unidos, uma dica é pesquisar o que precisa no site da Amazon e avaliar a opção de entrega no hotel ou em um Amazon Locker. Os preços costumam ser bem menores, e ainda vai economizar tempo e o gasto com deslocamento até a loja. Em outros países, pesquise os preços também pela internet. Consulte se o seu hotel cobra pelo recebimento e armazenamento de pacotes antes de sair fazendo compras. Por isso, se for comprar roupa de inverno, deixe para comprar no exterior, em lojas de departamento, pois pode sair até 80% mais em conta que no Brasil.
E você, o que achou das dicas? Como pensa em economizar em uma viagem ao exterior? Tem alguma dica adicional para compartilhar? Comente, compartilhe e ajude outros leitores! Por fim, lembre-se: pessoas desorganizadas ou que não planejam a viagem acabam pagando caro por isso. Não seja uma delas!
Fonte: site Melhores Destinos