A África do Sul é um dos países mais bonitos e fascinantes do mundo, recheado de contrastes culturais, metrópoles vibrantes e vida selvagem. A diversidade de experiências é tão grande que atende desde o viajante solo, famílias e os entusiastas da cultura e da natureza.
Joanesburgo é uma das maiores heranças do país, também representada no Museu do Apartheid e pela visita memorável por Soweto – o distrito que é popularmente associado com as ‘favelas’ aqui do Brasil e um dos principais símbolos do Apartheid (regime político de segregação racial). É nesse distrito que aconteceram as principais manifestações contra a discriminação racial até o fim do regime, em 1944, e onde está a casa que Nelson Mandela viveu antes de ser preso.
Para conhecer melhor o local, recomendamos um tour de tuk-tuk com a Lebo’s Soweto Backpackers; e prepare-se para viver um choque de realidade ao redor das “townships” – as pequenas casas de metal construídas em vias não pavimentadas. São 4h de tour (talvez um pouco mais) por 830 rands (o equivalmente a cerca de R$ 230 já com almoço incluso).
A próxima parada é na famosa Cape Town, a Cidade do Cabo. O seu charme está nas montanhas que cercam a cidade e nas belas praias banhadas pelo Oceano Atlântico. O passeio mais procurado pelos turistas é, sem dúvidas, o bondinho da Table Mountain para contemplar a vista deslumbrante da cidade – e aqui já deixamos a dica de comprar o ingresso com antecedência e se preparar para uma boa fila.
Se você é amante de um bom vinho, não deixe de fazer uma parada em uma das vinícolas da região para provar a Pinotage, a principal uva produzida no país. Como sugestão, destaco o Ernie Els Wines, que oferece degustação de 4 rótulos a partir de 185 rands por pessoa (aproximadamente R$ 50) e uma vista panorâmica de arrancar o fôlego.
Outras paradas que não podem ficar de fora do seu roteiro é a praia Boulder’s Beach, famosa por abrigar uma colônia de milhares de pinguins, e o morro de Cape Point, um mirante natural para visualizar o encontro do Oceano Atlântico com o Índico (só cuidado com os babuínos na estrada – apesar de charmosos, eles sobem nos carros e podem ser bem violentos).
Mas hoje vamos detalhar um pouco mais sobre 3 dias no coração da África do Sul, que fica na região do Kruger National Park.
No total, há 19 parques nacionais. Para fazer o safári, opte por ficar na reserva privada do Kapama, que abriga uma diversidade impressionante de animais. Para chegar até lá, é necessário pegar um voo a partir de Joanesburgo ou da Cidade do Cabo até Hoedspruit (no aeroporto de Eastgate). Os valores começam em R$ 1.800 na passagem de ida e volta.
Assim como acontece em Fernando de Noronha, aqui no Brasil, o Parque Nacional Kruger é uma área pública e exige uma taxa diária de conservação por pessoa; a cobrança é realizada já no aeroporto e custa R486 para adultos (R$ 130) e R243 (R$ 66) para as crianças. Os valores podem mudar dependendo da sua hospedagem, então não deixe de checar no site oficial.
Nos 15 mil hectares de natureza – ou quinze campos de futebol -, há cerca de 400 espécies de pássaros e 40 espécies de mamíferos em seu habitat natural, incluindo os famosos “Big Five”: leão, leopardo, elefante, búfalo e rinoceronte. O início dos ‘game drives’, como os safáris são apelidados, acontecem em veículos abertos 4×4 duas vezes por dia e com três horas de duração: o primeiro por volta das 5h30 e o segundo no fim do dia, por volta das 16h.
É difícil descrever a sensação de mergulhar na savana. Cada game é diferente, único e com surpresas que superam qualquer expectativa. Afinal, é impossível prever quais animais serão encontrados ao longo do caminho e as cenas que a natureza pode proporcionar. Para aumentar as chances de ver os ‘Big Five’, recomendamos 3 noites.
Os animais não ficam dopados e interagem livremente na natureza, como deve ser. Os guias passam muita tranquilidade, o importante é seguir todas as recomendações de segurança!
Na reserva do Kapama, há 4 opções de hospedagem para diferentes perfis de viajantes que buscam descanso, conforto e aventura. Todos oferecem serviço all inclusive (com café da manhã, almoço, jantar e lanches) – o que significa que os seus gastos serão mínimos dentro do lodge.
No Buffalo Camp, as acomodações são em tendas de luxo no meio da reserva e só aceitam visitantes acima de 12 anos; o Southern Camp é para quem busca um pouco mais de privacidade (perfeito para casais); o Karula é o mais luxuoso de todos e com piscinas privativas em cada um dos quartos; por fim, o River Lodge, considerado o mais festivo de todos e perfeito para grupos de amigos e famílias. Em termos de estrutura, o lodge não falha. Há duas piscinas de frente para savana, assim como os quartos, área para drinks, sala de estar para descanso e até um SPA.
As melhores taxas para o hotel são encontradas entre 5 de janeiro e 30 de junho, data que coincide com uma boa época para fazer o safári. O valor da diária para dois adultos e duas crianças – ou 3 adultos – é de R9250 (ou R$ 2,5 mil / o equivalente a R$ 625 por cabeça em uma família de quatro pessoas ou R$ 833 por cabeça no caso de um grupo de três adultos).
Portanto, a experiência de três dias no River Lodge em um quarto compartilhado por três pessoas custa aproximadamente R$ 2,5 mil por pessoa com todas as refeições, drinks, transfer de ida e volta até o aeroporto e os dois safáris por dia. Lembrando que há outros 18 parques com diferentes tipos de hospedagens para serem exploradas. Portanto, não deixe de pesquisar.
O jeito mais fácil de se acostumar com a moeda local é dividir o valor dos itens por 4 para ter uma projeção aproximada do custo em reais. Só para se ter ideia, um pacote de pão de forma custa R15 (R$ 4); uma coca-cola de 2 litros sai por R20 (R$ 5,4) e 1 quilo de peito de frango por R70 (R$ 19).
Se esse é o seu destino dos sonhos, a nossa recomendação é começar o planejamento com antecedência e levar tudo em consideração: passagens áereas, hospedagens, transportes, passeios turísticos, refeições e até as lembrancinhas.
Encare o seu orçamento, compare valores e questione-se: quanto você precisará para essa viagem? se o orçamento não bate, é necessário cortar custos? quanto você precisa economizar por mês para atingir o valor? Faça essas perguntas, anote as respostas e coloque um plano de ação em prática.
Como as passagens aéreas representam o maior custo de uma viagem, comece a monitorar o quanto antes e aproveite as promoções que acontecem durante o ano (aniversário da companhia áerea, black friday e semana do consumidor, por exemplo). O próximo passo é separar uma fatia da sua renda mensal até a data do embarque – isso significa que quanto mais tempo de planejamento você têm, menor será o valor mensal.
Como ir para a África do Sul
Existem mais de 70 companhias aéreas que fazem a rota para a África do Sul ao redor do mundo. Saindo do Brasil há voos diretos a partir do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Do ponto de vista financeiro, o que tem oferecido valores mais atrativos é a Latam. Desde setembro do ano passado, a empresa tem realizado três voos semanais (segunda, quinta e sábado) sem conexão entre São Paulo e Joanesburgo. Na volta, o retorno acontece às terças, sextas e domingos. A demanda pelo país está tão grande que a Latam espera que mais 75 mil passageiros embarquem com a companhia nessa rota até o fim deste ano.
Considerando um roteiro com ida no dia 9 de maio e retorno em 19 de maio, os valores aproximados são: R$ 4.063 ida e volta com a Latam (voo de 8h45 min); R$ 5.717 ida e volta com a Ethiopian (21h10 min com uma conexão). Dois dias à frente, a South African também opera o trecho por R$ 5.681 ida e volta (voo de 10h30min com uma conexão).
Ainda que a rota pelo país envolva voos domésticos e trajetos de carro, do ponto de vista financeiro vale a pena começar e terminar o seu roteiro por Joanesburgo.